Teatro Vila Velha
Fundado em 1964, em Salvador, o Teatro Vila Velha é um dos mais tradicionais centros de formação, criação e difusão das artes cênicas no país. Um pouco da sua história:
Teatro Vila Velha patrimônio cultural
Teatro. É isso que fazemos há 55 anos. Sem parar. Nem pra reforma. Enquanto era reconstruído, entre 1994 e 98, pelo projeto Novo Vila, o Teatro Vila Velha (TVV) continuava produzindo e apresentando os seus espetáculos. Entre tijolos e sacos de concreto, os atores, o público: o teatro. Lá atrás, em 1964, foi também fazendo teatro que a Companhia Teatro dos Novos conseguiu erguer o TVV. Até nos anos 80, quando recorreu ao teatro pornô de companhias paulistas, foi com o teatro que o Vila tentou sair da crise que ameaçava fechar as suas portas.
Viver de teatro por meio século é, para nós, uma honra imensa. Sobretudo quando o teatro que se faz é um teatro vila velha. Em minúsculas, pois teatro vila velha é também uma forma de fazer teatro, um tipo de teatro que carrega consigo o que foi construído por todos que passaram por aqui. Fazer teatro vila velha é fazer um teatro conectado com as questões da cidade, do mundo. É defender os direitos da população, propor mudanças, reagir ao que está errado.
O TVV sempre foi um espaço de liberdade, desde a sua inauguração, em 31 de julho de 1964, exatos quatro meses após o Golpe Militar. O Vila reagiu à ditadura, acolheu artistas e estudantes perseguidos, abrigou encontros do movimento estudantil. Por toda essa história, o TVV foi sede da Anistia Internacional. Foi também no palco do Vila que foram julgadas e aprovadas as anistias políticas do cineasta Glauber Rocha e do guerrilheiro Carlos Marighella, que o Estado Brasileiro pediu desculpas a suas famílias pelos atos criminosos durante o regime militar.
Em 2012 e 2013, o Vila abrigou o Movimento Desocupa, contrário aos abusos feitos pela administração municipal e, junto a ele, realizou o projeto “A Cidade que Queremos”, que discutia o futuro de Salvador. Mais tarde, apoiou o Movimento Passe Livre, que tinha o Passeio Público como quartel general.
É também histórica a luta do TVV contra o racismo. O Bando de Teatro Olodum há 29 anos coloca em evidência a violência, a discriminação e as injustiças sofridas pelo negro ainda hoje. A luta por respeito ao povo negro e, especialmente, à arte negra, levantada pelo Bando, serve de inspiração a muitos, e já transcendeu as fronteiras do Brasil.
Fazer teatro vila velha é também construir no plural. Fundado pela Cia Teatro dos Novos, primeira companhia profissional de teatro da Bahia, foi berço de importantes grupos artísticos. Nasceram aqui o Teatrinho Chique-Chique, o Vilavox e a Companhia Novos Novos, hoje com sedes próprias. Aqui surgiu o Viladança e o Vivadança Festival Internacional, que coloca o Vila e a Bahia no circuito internacional de dança. Abrigou o Teatro Livre da Bahia, A Outra, o NATA – Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas, a Cia Teatro da Queda, a Supernova Teatro e é a casa do Bando de Teatro Olodum.
Este palco, chamado por Gilberto Gil de “pia batismal dos artistas baianos”, é lembrado com carinho por quem já passou por aqui e, por isso, costuma emocionar os que pisam nele pela primeira vez.
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