Olá! Bem vinde.

Sim, você está no sambaqui de Lázaro, obra-farol que guia o grupo Lagartijas tiradas al sol (México) no festival este ano. No dia 27/10, às 19h08, o grupo mexicano esteve com a gente ao vivo, apresentando no FIAC Bahia, junto ao público virtual, a performatividade que desprende da experiência que você está prestes a viver.

Lázaro é um ator que decide deixar de ser ele. Acostumado a interpretar personagens para serem outros, um dia resolve mudar de nome, mudar de rosto e ser outra pessoa, para sempre. A ideia deste sambaqui é compartilhar materiais do Lagartijas tiradas al sol que transitam pelo passado (repertório, trajetória), presente (artefatos, questões, composições e performatividade) e futuro (legado, camada, flecha). As inquietações presentes na maneira de pensar do grupo permitem uma escavação mais rica ao próprio Lázaro, que você vai conheceu ao vivo com a gente no FIAC Bahia 2021.

Tudo isso é parte de um discurso, de uma investigação ampliada, de uma possibilidade de construir um olhar pro mundo que artistas vêm se dedicando.

Boa escavação.

 

O que nos torna o que somos? Sem o que somos, deixaríamos de ser nós mesmos?
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O que nos torna o que somos? Sem o que somos, deixaríamos de ser nós mesmos?

Desde que comecei a atuar, por motivos misteriosos, interpretei vários personagens chamados Gabino.

Aos poucos, comecei a empurrar para que meus personagens se chamassem Gabino e se parecessem o mais possível com

mim. Parei de usar qualquer tipo de caracterização e comecei a ser eu na tela e na cena. A reação

que eu fiz para falar enquanto falava. Então fiz uma carreira.

O problema é que a ficção é um processo de mão dupla, é causa e efeito.

É um produto de como vivemos a vida, ao mesmo tempo que nos induz a experimentar o

mundo de maneiras diferentes. OU
círculo do qual não é fácil escapar

Lázaro é um projeto desenvolvido pelo grupo Largatijas Tiradas al Sol para a Zoom por Luisa Pardo e Lázaro Gabino Rodríguez. Com o acompanhamento de Mariana Villegas e Francisco Barreiro. Tradução de Salvador Amores. Através de arquivos pessoais (fotografias, vídeos, e-mails), Luisa Pardo e Lázaro Gabino Rodríguez se perguntam: O que nos faz o que somos? Sem o que somos, deixaríamos de ser nós mesmos? Lázaro foi criado durante a pandemia (abril de 2020), quando o grupo recebeu o convite de Lola Arias para participar do projeto My Documents, um programa de leituras performativas em que artistas de diferentes áreas exploram um arquivo pessoal.

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Introducción...
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Introducción...

Luisa: Esta pieza contiene una diversidad de archivos personales: fotografías, videos, correos electrónicos. Todo gira en torno a la historia del actor Gabino Rodríguez y su deseo por ser alguien más, por ser quien no era.

Escena baile…

Gabino Rodríguez era mi hermano, mi acompañante escénico, mi mejor amigo. Un día decidió que quería dejar de ser él para intentar ser Lázaro. Dio muchas explicaciones al respecto, escribió una carta para avisarle a sus amigos, parientes y conocidos. Todo lo que decía en esa carta y todo lo que me explicó antes y después hoy lo pongo en duda, no me convence. Y me pregunto ¿cuáles eran sus verdaderas motivaciones, qué pasó con él para que quisiera dejar de ser él mismo? Siendo tan cercana a él como lo era yo, parecería una investigación sencilla, sin embargo tengo claro que mi mirada es parcial y quizá por ello injusta. Entonces hice una lista de 28 personas que fueron cercanas a Gabino y, a través de un correo electrónico, les hice la pregunta, ¿quién era Gabino Rodríguez? Me contestaron 18 de las 28 personas y construí un retrato de él a través de mi experiencia y fragmentos de la experiencia de los otros.

Clarissa: Gabino era de tipo latino americano, sin dinero en el banco y sin parientes importantes, de clase media batalladora. Era flaco, huesudo, ágil, adorable y brillante.

Catalina: Era mexicano pero podría haber sido turco, o moro en líneas generales. Tenía ese rasgo característico de las cuencas de los ojos ligeramente más oscuras que el resto de la cara. Tenía un pelo muy finito y barba inconstante, la mandíbula torcida hacia un lado y ligeramente pronunciada hacia adelante.

Fidelia: Cuando escuché la voz de Gabino por primera vez, fue en un mensaje que dejó en la contestadora de la casa. Lo único que dije fue: ¿quién es ese ser, qué barbaridad?! Su lenguaje era muy particular e irreverente.

Continua no dia 27/10…

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O teatro é o lugar ideal para se pensar a pandemia e isso tem produzido condições sem precedentes para se pensar o teatro.
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O teatro é o lugar ideal para se pensar a pandemia e isso tem produzido condições sem precedentes para se pensar o teatro.

Há alguns meses todos os cinemas do mundo fecharam suas portas e nós que nos dedicamos à cena temos aceitado que as características contagiosas do vírus transformaram nosso espaço de trabalho em um lugar de risco. Assistimos ou participamos das diferentes reações de uma guilda temporariamente desativada.

Acho que perderíamos uma grande oportunidade se ignorarmos olhar no espelho desta crise.

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Quando o Édipo Rei de Sófocles começa, um mal misterioso já se espalha entre os habitantes de Tebas: a peste.
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Quando o Édipo Rei de Sófocles começa, um mal misterioso já se espalha entre os habitantes de Tebas: a peste.

El pueblo acude a Edipo para que sea de nuevo el salvador de la ciudad. Edipo escucha a su pueblo implorar ayuda y él, amante de sus súbditos, doliente como ellos y por ellos, está decidido a hacer lo que sea necesario para acabar con la peste ignorando que es él mismo el causante de la desgracia.

Quantas pessoas mortas são muitas?

Há muitos anos estamos neste país colocando os mortos debaixo do tapete. Nós os escondemos porque aceitar que podemos continuar nossa vida neste oásis de horror nos daria uma imagem de nós mesmos que não podemos aceitar. Mais de 35.000 assassinatos em 2019. 17.982 no primeiro semestre de 2020. A partir de hoje, 12 de setembro, há 70.183 mortes de Covid.

 

 

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Não sabemos o que acontecerá com os teatros, ou festivais, ou com a programação internacional.
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Não sabemos o que acontecerá com os teatros, ou festivais, ou com a programação internacional.

Artaud

“Há no teatro, como na peste, algo ao mesmo tempo vitorioso e vingativo.”

O futuro é um animal grotesco

Com medo

Há muito medo no ar. Um medo absolutamente legítimo de que nossas mães ou avós adoeçam, medo de perder o emprego ou negócio ou o equilíbrio precário que chamamos de estabilidade.

Um futuro incerto

A contração das economias e a ameaça de recessão.

Os cinemas abertos

Não sabemos o que acontecerá com os teatros, ou festivais, ou com a programação internacional. Qual será o futuro para aqueles de nós que vivem viajando com nosso trabalho? Ouvem-se muitas vozes que falam de apoiar os artistas locais e de um certo retorno a uma certa ideia do nacional: o orçamento francês para os franceses, etc.

Pessoas do teatro

E aqui concordamos que somos um sindicato sem nenhuma certeza econômica para fazer frente à emergência, que as instituições estão falidas (basta rever a atuação da Coordenação Nacional de Teatro durante a emergência) e que as políticas culturais do nosso país dependem de as ocorrências de um homem que “não nos vê nem nos ouve”.

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Cada vez que alguém diz: isso não é teatro. Uma estrela se apaga.
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Cada vez que alguém diz: isso não é teatro. Uma estrela se apaga.

O que foi e será

O fato de algo ter sido assim não significa que deva continuar a ser assim. As características constitutivas de uma disciplina artística não são inerentes a ela, mas antes o produto de sua evolução histórica. O teatro não é algo específico, o teatro já foi algo e será algo diferente no futuro. Durante muitos séculos, o teatro foi considerado essencialmente ligado à “literatura dramática” e hoje parece absurdo reduzir o teatro a uma espécie de colocar um texto em ação.

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Salvador de Bahía
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Salvador de Bahía

largatijas estiveram no FIAC bahia em 2014, com a montagem El Rumor del Incendio, um documentário cênico sobre a vida da ex-guerrilheira, historiadora e professora Margarita Urías Hermosillo. Ele integra um dos três segmentos do projeto La Rebeldia, criado em 2010 pelo grupo para olhar nosso tempo em relação às outras gerações, criando coordenadas para nos localizarmos no México

“Bahía es una región particular de Brasil, una región muy negra, las calles huelen a aceite de dendé. Ahí desembarcaron los portugueses. Los dos primeros días hicimos un taller con actrices y actores bahianos, fue lindo reconstruir con ellos la historia de Brasil. Un grupo que tenía una diferencia de más de 30 años entre el mayor y la menor. En Salvador de Bahía muy posiblemente dimos las últimas funciones de Asalto al agua transparente, ¿será posible que muera tan lejos de donde nació? Nos presentamos en un teatro muy bonito del Instituto Goethe que está en la avenida 7 de setembro, muy cerca del teatro Carlos Alves. El rumor del incendio funcionó muy bien, quedamos contentos. Dimos las funciones 98 y 99 allá. Tuvimos tiempo de ver dos proyectos de “Motus”, la compañía italiana, a Angélica Lidell y además al señor francés que baila con la excavadora. No deja de sorprender la diferencia entre lo que exporta Brasil como imagen y lo que uno percibe allá, lo que oímos en México y lo que vimos allá. Un país complejo, pobre y rico a la vez, gigante: la sede del próximo mundial.”

 

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Somos Reivindicações. Nada é meu, tudo é roubado.
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Somos Reivindicações. Nada é meu, tudo é roubado.

Textos

Ideias

Pensamentos

Camadas

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* Yivi é uma palavra mixteca que se traduz por humano, significa estar vivo, saber pensar, saber falar, saber raciocinar, saber respeitar, sentir dor...
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* Yivi é uma palavra mixteca que se traduz por humano, significa estar vivo, saber pensar, saber falar, saber raciocinar, saber respeitar, sentir dor...

* Yivi é também um projeto artístico educacional com meninas e meninos de Nochixtlán, Oaxaca. Ele nasceu do encontro de Lagartijas Tiradas al Sol com as oficinas de verão para crianças do Centro de Formação e Gestão para o Desenvolvimento Sustentável da Mixteca AC, uma organização sediada em Asunción Nochixtlán, que se dedica a recuperar os conhecimentos tradicionais como solução para os problemas de saúde, promover a soberania alimentar e o fortalecimento do conhecimento produtivo; promover a conservação, recuperação e uso do meio ambiente, bem como o reconhecimento, respeito e ensino da língua e visão de mundo Mixtec.

– Oito meses de workshops gratuitos.
– Clube de Cinema
– Duas exposições em diferentes fases do processo para abrir a exploração das crianças à sua comunidade.
– A publicação de um livro com depoimentos e histórias contadas / compiladas por crianças, sobre profissões e atividades extintas ou em perigo de extinção na sua região.
– Uma encenação itinerante criada e executada por crianças.

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