Oi. Você está prestes a se encontrar no sambaqui de Va-Bene Elikem Fiatsi aka crazinisT artisT, de Gana, e de John Herman, da Alemanha, artistas da programação 2021 do FIAC Bahia. Aqui você poderá experienciar Mesa de Negociação, obra-farol que explora tabus em relação às estruturas patriarcais que procuram legitimar nosso ser. Poderá também entrar em contato com referências e outras parcerias colaborativas realizadas por esta dupla de artistas que transforma a matéria de seus corpos em uma obra em permanente trânsito e em estados de desconstrução e reconstrução.

No dia 29/10, às 19h08, Va-Bene e John Herman estiveram com a gente ao vivo, apresentando ao público virtual do FIAC Bahia a performatividade que desprende dessa experiência.

Classificação Indicativa de Mesa de Negociação: Não indicado para menores de 18 anos.

Na performance Mesa de Negociação, crazinisT artisT e John Herman investigam como corpos imperfeitos emergem nesta relação com o “homem” idealizado, para o qual nosso [ser] é geometricamente fixado e definido pelas [faltas] refinarias que reproduzem masculinidade, feminilidade, excentricidade, “anormalidade” e potência.

Nosso convite é para você se aproximar das corporeidades que emanam do sambaqui de Va-Bene e John Herman, que performam diversas camadas de ser e existir.

Sua escavação pode ser linear. Ou randômica. Você escolhe como fruir.

Bem vinde!

Mesa de Negociação explora a noção de imperfeição, ‘corpos amaldiçoados’, corpos rotulados como incapacitados.
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Mesa de Negociação explora a noção de imperfeição, ‘corpos amaldiçoados’, corpos rotulados como incapacitados.

A dupla insere seus corpos numa estrutura geométrica, criada a partir da obra do arquiteto romano Vitrúvio, como símbolo de ruptura, fracasso, contaminação; seres incompletos lutando para sobreviver, alongando-se em estruturas que aparentemente controlam suas narrativas e idealizam nosso senso coletivo de pertencimento e devir.

Ambos os artistas parecem envoltos em vergonha, rejeição e inferioridade, enquanto negociam o posicionamento do próprio corpo dentro de tais elementos e espaços que não necessariamente suprem sua existência.

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"Um navio levando cerca de setenta afro-brasileiros de sete famílias chegou às praias do velho porto de Acra, Jamestown, em 1836".
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"Um navio levando cerca de setenta afro-brasileiros de sete famílias chegou às praias do velho porto de Acra, Jamestown, em 1836".

Mesa de Negociação foi apresentada no Chale Wote Street Art Festival, em 25 de agosto de 2019, em Jamestown, um dos mais antigos distritos de Acra, capital do Gana.

Jamestown é um ponto de onde escravos eram embarcados e que se tornou, depois da independência, um ponto de retornos simbólicos.

 

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crazinisT artisT (pronome preferido ‘sHit’ se não ‘ela’)
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crazinisT artisT (pronome preferido ‘sHit’ se não ‘ela’)

A performer Va-Bene Elikem Fiatsi é uma artivista multidisciplinar que investiga estereótipos de gênero, preconceitos, excentricidade, identidade política e conflitos, estigma sexual e suas consequências para grupos ou indivíduos marginalizados.

sHit usa o próprio corpo em performances, fotografia, vídeo, instalações e “arte em tempo real”, como ferramenta instigante para explorar a construção da identidade, confrontando questões como privação de direitos, justiça social, violência pública, objetificação, e muito mais.

Nasceu em 1981, em Ho, Gana.

É fundadora e diretora artística da perfocraZe International Artists Residency (pIAR), residência artística, em Kumasi, Gana, onde vive.

 

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John Herman viveu experiências extremas de guerra como soldado voluntário, ao lado de movimentos de libertação global na África e no Oriente Médio, que são matéria-prima para sua produção artística.
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John Herman viveu experiências extremas de guerra como soldado voluntário, ao lado de movimentos de libertação global na África e no Oriente Médio, que são matéria-prima para sua produção artística.

John Herman é um ativista artístico autodidata que nasceu e vive na Alemanha. Seu trabalho explora temas relacionados à guerra e paz, sociologia visual e comunicação sócio-política, a partir de uma variedade de mídias – performances, vídeo instalações e fotografia.

No mercado mundial da música, atuou como empresário, empresário de turnê e curador de uma série de concertos de World Music com foco no Oriente Médio, onde viveu durante uma década.

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“São dois passaportes que ela carrega e que nos revela, nos colocando também nesse lugar de controladores e 'juízes do gênero'".
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“São dois passaportes que ela carrega e que nos revela, nos colocando também nesse lugar de controladores e 'juízes do gênero'".

Lidamos com um corpo fronteiriço: a imagem anterior de uma mulher e o corpo atual como um homem. No limiar entre passado e presente, como habitar um corpo sem título, vazio de nomeações apaziguadoras a desafiar o que Judith Butler denomina de “polícia de gênero”?”

 

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“Somos corpos, somos almas, somos espíritos, somos humanos”
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“Somos corpos, somos almas, somos espíritos, somos humanos”

T H R E E S O M E é um projeto de performance colaborativa desenvolvido entre John Herman (Colônia, Alemanha) Thaís Almeida Prado (São Paulo, Brasil) e Va-Bene Elikem Fiatsi, também conhecido como crazinisT artisT (Kumasi, Gana).

Três nacionalidades, três corpos, três línguas, três almas, três espíritos – enquanto mesclam suas próprias histórias em múltiplas camadas em meio a todas as complexidades.

Reimaginar um lugar comum, corpos íntimos e uma comunidade segura onde todos os humanos convergem e experimentam o amor incondicional.

Corpos que existem além de nossa imaginação, interrogando e desmistificando estruturas patriarcais que violam os direitos humanos, a liberdade e a justiça.

Um diálogo íntimo que busca decategorizar os corpos abrindo caminhos para autoproclamações indefinidas, reenvisionando corpos alternativos.

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T H R E E S O M E é uma colaboração digital com a DI2ª – uma ocupação virtual que se realiza semanalmente no canal Youtube PINK UMBRELLAS ART RESIDENCY criada pela dupla MXM.

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Em muitas culturas, o cabelo simboliza o poder espiritual e sexual.
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Em muitas culturas, o cabelo simboliza o poder espiritual e sexual.

Um penteado pode muitas vezes ser sinônimo de liberdade individual ou até mesmo um sinal de pertencer a um grupo.

Da mesma forma, o apagamento desse simbolismo pode servir como punição, limpeza ou mesmo um novo posicionamento. Esses rituais conduzem a outros que pretendem abrir o caminho para uma transição do status quo para um novo nível.

O poder performativo do ritual torna-se assim uma alegoria da vida, sobrevivência e morte.

Com base nos preparativos para sua performance HOMO CONSUMENS, John Herman aborda ritos de passagem que, assim como a arte, criam uma mudança para outra realidade em RITUAIS DE TRANSIÇÃO.

As fronteiras entre o privado e o público são, portanto, confusas, à medida que o privado se torna público e o público privado em um experimento meditativo.

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