Sambaquis são montes formados pelo acúmulo de minerais e vegetais misturados a utensílios e material orgânico de rituais funerários. Essas estruturas de mais de quatro mil anos foram modeladas por povos indígenas, pela ação da natureza e do tempo, e são encontradas de norte a sul do Brasil.

O que isso tem a ver com o FIAC Bahia?

Os sambaquis brasileiros inspiraram um formato de festival (e de site) que amplia a experiência de contato a obras, narrativas e artistas. Nossa programação é montanha de terra fértil, porosa e receptiva, favorável à germinação de comunidades.

No FIAC Bahia 2021 o sambaqui é espiralar – passado, presente e futuro – e multidirecional: mais do que obras, são compartilhadas trajetórias, questões, repertórios, artefatos, composições e performatividades. Em cada página deste site você encontra camadas a serem descobertas. Sua escavação pode ser linear. Ou randômica. Você escolhe como experenciar.

Como funcionou?

Cada artista ou grupo teve um dia e um horário específicos durante o FIAC Bahia para compartilhar com o público, ao vivo, aspectos relacionados à criação de sua obra. Esses encontros aconteceram on-line, nas datas de cada acesso.

Cada artista possui também uma “página sambaqui” no site do FIAC Bahia, onde o público  acessa um “sambacódigo” de referências, fotos, histórias, vídeos, áudios e entrevistas que dialogam com sua obra. No dia da apresentação ao vivo, portanto, o contato direto entre público e criadores virou uma mediação de acesso, uma “escavação” compartilhada para revolver camadas da trajetória e do pensamento conceitual acumulados no processo de criação – ou, se preferir, camadas do fazer artístico que ficaram soterradas ou despercebidas neste solo mixado-virtual-pandêmico.

A discussão curatorial do FIAC 2021 envolveu seis artistas: Soraya Martins, Felipe de Assis, Edu O., Beto Mettig, Luiz Antônio Sena Jr e Rita Aquino. Juntes, pensaram na construção de vínculos durante um festival de artes cênicas a partir de uma lógica radicalmente distinta do sentido de consumo da obra.

Surge então um festival processo que é, ao mesmo tempo, epistemologia do desejo, mergulho e escavação no que já foi – e no vir a ser.

Soraya Martins, Felipe de Assis, Edu O., Beto Mettig, Luiz Antônio Sena Jr e Rita Aquino
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Soraya Martins, Felipe de Assis, Edu O., Beto Mettig, Luiz Antônio Sena Jr e Rita Aquino

Soraya Martins é atriz, Doutora em Literatura (PUC-Minas) e Mestre em Estudos Literários (UFMG). Cursou Semiologia do Teatro na Università di Bologna e, desde 2005, atua como atriz e pesquisadora de teatralidades brasileiras Desde 2005, atua como pesquisadora de teatralidades brasileiras, assinando críticas para teatro tanto no projeto segundaPRETA quanto para importantes festivais nacionais. Já participou da equipe de curadorxs do FIT-BH e do FIAC Bahia.

Felipe de Assis é artista da cena, pesquisador e curador. Mestre em Artes Cênicas pelo PPGAC – UFBA, colabora com curadorias independentes em projetos e festivais como Programa Rumos Itaú Cultural, Edital Oi Futuro e MITbr. Dirige, produz e distribui espetáculos de teatro e dança, além de realizar consultoria para Festivais e ministrar cursos de curadoria em artes cênicas. Felipe é também cocriador, coordenador geral e curador do FIAC Bahia.

Edu O. é artista da dança, performance, teatro, escritor e professor da Escola de Dança da UFBA. Mestre em Dança e com graduação em Artes Plásticas (UFBA), ele tem especialização em Arteterapia pela UCSal. Atualmente desenvolve pesquisa no Doutorado Multiinstitucional Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento. Edu é também diretor do Grupo X de improvisação em Dança e integrante do Coletivo Carrinho de Mão, além de desenvolver projetos independentes autorais e em parcerias com artistas e grupos do Brasil e exterior.

Beto Mettig é artista atuante em frentes diversas das artes cênicas (atuação, direção, dramaturgia), com criação em projetos independentes e participação na história de grupos como a Cia Baiana de Patifaria e Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona. Ele desenvolve também o planejamento e coordenação da comunicação de projetos, grupos e ações culturais em vários estados brasileiros. Assina a comunicação do FIAC Bahia, onde também integra a equipe de curadorxs desde 2019.

Luiz Antônio Sena Jr é multiartista e produtor cultural. Graduado em Artes Cênicas (UFBA), é especialista em Política e Gestão Cultural (UFRB) e mestrando em Artes Cênicas (PPGAC-UFBA), onde desenvolve pesquisa sobre a relação cena e cidade, pelo viés da dramaturgia. Ao longo de seus quase 20 anos de carreira, dedica-se a trabalhos criados em grupo, passeando por diferentes linguagens, e ao desenvolvimento de eventos de pequena a grande porte, a exemplo do VIVADANÇA Festival Internacional, FESTA – Festival de Artes de Alagoinhas e FIAC Bahia.

Rita Aquino é artista, pesquisadora e educadora em dança. Professora da Escola de Dança da UFBA, Programa de Pós-Graduação em Dança (PPGDANÇA) e Programa de Pós-Graduação Profissional em Dança (PRODAN). Doutora em Artes Cênicas, Mestre e Especialista em Dança pela UFBA. Líder do Grupo de Pesquisa ENTRE: Artes e Enlaces, coordena as atividades formativas do FIAC Bahia desde 2011, participa de sua curadoria desde 2016. Co-organizadora do Seminário Internacional de Curadoria e Mediação em Artes Cênicas no FIAC Bahia desde 2014. Integrou a curadoria do MEXE – Encontro Internacional de Arte e Comunidade na cidade do Porto e a curadoria das Atividades Formativas da Bienal Sesc de Dança, ambos em 2019.

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O antropólogo e escritor baiano Antonio Risério identifica que sambaquis poderiam ser..
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O antropólogo e escritor baiano Antonio Risério identifica que sambaquis poderiam ser..

[…] um “modelo reduzido, uma expressão sintética da história cultural […], [no qual] podemos acompanhar com nitidez a sua formação, as suas mudanças temporais, as modificações na composição de seus estratos e as suas transfigurações semióticas.” – O Sambaqui Daqui, por Antônio Risério

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Release Geral FIAC Bahia 2021
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Release Geral FIAC Bahia 2021

FIAC BAHIA PROPÕE ESCAVAR
PROCESSOS ARTÍSTICOS EM SUA 13ª. EDIÇÃO

O Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia acontece de 26 a 31/10 mirando na trajetória de artistas do Brasil e exterior, a partir de uma experiência mediada no ambiente digital.

De origem tupi, “Sambaqui” significa “amontoado de conchas” e descreve montanhas erguidas pelos povos originários, formadas por cascas de moluscos e objetos variados. O Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia chega à sua 13ª. edição mergulhando no conceito dos sambaquis brasileiros para viver um festival processo, conceito que será refletido através de uma programação virtual compartilhada entre os dias 26 e 31 de outubro. Durante seis dias de programação intensa, acessada ao vivo no ambiente digital (com tradução simultânea em Libras e inglês/espanhol), artistas de diferentes linguagens e origens compartilharão suas obras para construir com o público um diálogo sobre trajetórias, inquietações e identidades nas artes cênicas.

Essa edição-sambaqui do FIAC Bahia tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia, contemplado pelo Edital de Eventos Culturais Calendarizados. Realizado pela 7Oito Projetos & Produções, o Festival deseja abrir portais que promovam encontros potentes entre artistas da sua programação e o público, criando comunidades capazes de fertilizar camadas sustentáveis da cadeia produtiva da Cultura.

“Estamos trazendo uma programação onde a obra é uma instância para conhecer cada artista; ela faz parte de uma investigação ampliada, de uma possibilidade de construir um olhar para o mundo que cada artista vem se dedicando.” – Felipe de Assis, Coordenador Geral do FIAC Bahia

Para isso o FIAC Bahia 2021 traz sete artistas/coletivos e suas obras, criando um ambiente digital que permite o aprofundamento em suas trajetórias. O Festival traz também quatro oficinas, uma residência artística, quatro webinários com encontros reflexivos, lançamento de livros e três intervenções artísticas. Essa escavação de obras e processos acontece nas plataformas digitais do Festival, sempre de forma gratuita, tendo o site do FIAC (www.fiacbahia.com.br) como ponto de encontro e disparador de todas as atividades. Assim, a edição 2021 do FIAC Bahia propõe ao público novas possibilidades de experiências em um festival online, juntando-se a cada agente da programação na mediação de suas obras, memórias e referências, para revelar camadas do fazer artístico, soterradas ou despercebidas neste solo mixado, virtual e pandêmico.

As apresentações acontecerão, portanto, no ambiente digital, sendo que cada artista ou grupo terá um dia e um horário específicos durante o FIAC para compartilhar com o público, ao vivo, aspectos relacionados à criação de sua obra. Para ter acesso a essas apresentações e manter contato direto com cada artista durante sua ação no FIAC, o público deverá retirar o ingresso gratuito no sympla (https://www.sympla.com.br/fiacbahia).

Cada artista ganhará também uma “página sambaqui” no site do FIAC, onde o público entrará contato com um “sambacódigo” de referências: fotos, histórias, vídeos, áudios e entrevistas que dialogam com sua trajetória. O contato direto entre público e criadores durante a programação do FIAC Bahia, portanto, será uma “escavação” compartilhada para revolver camadas do pensamento conceitual acumulados em cada processo de criação.

“A ideia da construção de vínculo durante o Festival tem uma lógica radicalmente distinta do sentido de consumo da obra. Artistas também vão olhar para os seus processos e pensar que outras camadas podem surgir desse encontro com o público. Queremos que o diálogo com cada artista o provoque a pensar o seu fazer artístico no tempo, e como sua obra se posiciona neste contexto, partilhando isso com as pessoas.” – Rita Aquino, Coordenadora das Atividades Formativas do FIAC Bahia

A programação artística em 2021 é formada por trabalhos de Glicéria Tupinambá (BA), Lagartijas tiradas al sol (México), Ana Dumas (BA), Va-Bebe (Gana) e John Herman (Alemanha), Anderson Feliciano (MG), Corposinalizante (SP) e Diego Araúja (BA). Já a programação formativa da 7ª. Edição do Seminário Internacional de Curadoria e Mediação em Artes Cênicas, que acontece dentro do FIAC Bahia, inclui encontros e ações de mais de 20 artistas, intelectuais e agentes culturais do Brasil e do exterior, partindo do ambiente virtual proporcionado pelo FIAC, em Salvador, para estabelecer contatos com vizinhanças espalhadas no mundo.

A programação completa do FIAC Bahia pode ser acessada no site www.fiacbahia.com.br. Informações sobre a programação estão sendo compartilhadas também nas redes sociais do FIAC (@fiacbahia). Outra maneira de ficar sempre por dentro das novidades e estreias do FIAC Bahia é através da newsletter semanal do Festival, cujo cadastro pode ser feito através do link https://mailchi.mp/7oito/cadastro.

FIAC Bahia 2021
Data: De 26 a 31 de outubro, nas plataformas digitais do FIAC Bahia.
Mais informações: www.fiacbahia.com.br / @fiacbahia

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